A
regulamentação dos dispositivos da Nova Lei do Gás é fundamental
para que o país possa desenvolver um mercado pujante e competitivo
de gás natural. A conclusão faz parte do estudo Acompanhamento do
Processo de Abertura da Indústria do Gás Natural, lançado nesta
segunda-feira (22) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços, em parceria com o Movimento Brasil Competitivo
(MBC) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com apoio do Ministério
de Minas e Energia.
O
relatório faz um diagnóstico do processo de abertura da indústria
de gás natural, identificando avanços alcançados e obstáculos a
serem enfrentados. A Nova
Lei do Gás (14.134/2021)
tem como principal objetivo a promoção da concorrência do mercado
de gás natural, favorecendo a maior competitividade do preço do
energético.
Segundo
o estudo, apesar de ainda não terem sido regulamentados pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
dispositivos para abertura do mercado já produzem resultados
práticos no avanço do processo de transição para um mercado mais
competitivo. “Isso porque os agentes não têm aguardado a
regulamentação da nova lei para assumir riscos e firmar negócios”,
diz o documento.
Além
de explorar a potencialidade dos mecanismos da Nova Lei do Gás para
formar um mercado nacional competitivo, a regulamentação da ANP
confere consistência e previsibilidade de regras, diz o relatório.
“São elementos importantes de segurança jurídica e, por isso,
constituem incentivos fundamentais para o crescimento sistemático e
sustentável do mercado de gás natural no Brasil.”
Outra
questão abordada é a necessidade de harmonização das legislações
e regulações estaduais para promover um mercado acessível e
competitivo. Segundo o estudo, o caminho para aumentar a
competitividade do mercado de gás natural brasileiro também depende
de transformações nos arcabouços regulatórios estaduais, que
demandam harmonização de regras para facilitar o acesso e a
comercialização.
"Nossos
esforços para aprimorar as normas e ampliar a competitividade do
setor de gás natural têm como norte beneficiar os consumidores e o
setor industrial. Com a melhoria do ambiente de negócios, será
possível aumentar investimentos e reduzir preços, afirmou o
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio
e Serviços, Geraldo Alckmin.
De
acordo com dados da ANP, em fevereiro deste ano, o preço do gás
vendido às distribuidoras e aos consumidores livres era
aproximadamente 16% mais baixo nas regiões Norte e Nordeste, em
comparação com valor praticado no Sudeste, e 14% menor em relação
ao vigente no Sul e no Centro-Oeste. Os menores preços praticados no
Nordeste refletem uma maior abertura e diversidade de ofertantes,
contribuindo para pressões competitivas.