Os
acionistas da
Petrobras
aprovaram,
nesta quinta-feira (25), a proposta do governo de pagamento de
50% dos dividendos extraordinários retidos no início de março.
Isso significa metade dos R$ 43,9 bilhões, o que corresponde a R$
21,9 bilhões. Além disso, foi aprovada a avaliação do pagamento
da metade restante desse montante da reserva ao longo de 2024, com
decisão a ser tomada até 31 de dezembro. As ações da empresa
subiram 1,11% no início desta tarde.
A
alteração na proposta original de distribuição de dividendos
feita pelo Conselho de Administração, foi realizada pelo
representante da União na Assembleia Geral Ordinária de Acionistas
da Petrobras (AGO), Ivo Timbó. Ele reiterou o pagamento em duas
parcelas, sendo a primeira em 20 de maio e a segunda em 20 de junho
de 2024, conforme já havia sido sinalizado pela administração da
estatal. Assim, os pagamentos extraordinários acontecerão nas
mesmas datas dos dividendos ordinários relativos ao quarto trimestre
de 2023.
A
proposta aprovada em assembleia delega à administração da
Petrobras a decisão sobre o formato de pagamento, por meio de
dividendos ou por juros sobre capital próprio, a que melhor se
adeque ao interesse tributário da companhia. Durante a votação, o
representante da Caixa Asset se absteve, assim como o Banco Alfa. Já
o representante da Previ votou a favor da proposta da União. A
assembleia foi iniciada com a participação do presidente da
Petrobras, Jean Paul Prates, e do diretor financeiro, Sergio Caetano
Leite.
A
definição sobre o tema, que gerou crise entre o ministério de
Minas e Energia e o presidente da Petrobras, saiu após o sinal verde
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada A
divergência entre os poderes dentro do Conselho de Administração
desencadeou mais uma crise entre Prates e o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, apaziguada após a entrada do ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, no circuito. A distribuição de metade
dos dividendos extraordinários significará um ingresso de pouco
mais de R$ 6 bilhões nos cofres da União, que é a principal
acionista da estatal.
Conselheiros
Os
acionistas da Petrobras também aprovaram por maioria a manutenção
de um Conselho de Administração composto por 11 membros. Esse foi o
terceiro item da pauta da Assembleia Geral Ordinária de Acionistas.
Às vésperas da reunião, os acionistas estavam divididos sobre
suposto conflito de interesses entre os conselheiros. Dos 11
conselheiros, quatro representam investidores privados, dos quais
três trabalham para permanecer no comitê.
O
Comitê de Pessoas e de Elegibilidade da Petrobras levantou conflito
de interesses no caso do advogado Marcelo Gasparino e do investidor
Juca Abdalla e recomendou que eles limitem suas atuações no comando
da estatal. Marcelo Gasparino é membro do comitê desde 2021 e está
presente, ainda, no conselho de outras grandes empresas brasileiras:
Vale, Banco do Brasil e Eletrobras.
O
Comitê de Pessoas e de Elegibilidade levantou problemas sobre o
advogado ocupar o conselho de administração da Petrobras e da
Eletrobras simultaneamente, tendo em vista os planos das duas
companhias em investir na transição energética e no setor
elétrico. A Petrobras pretende desenvolver a geração de energia
eólica ‘offshore’, em alto-mar.