O ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal), decidiu pela transferência de Ronnie
Lessa da Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do
Sul, para o Presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. A
medida faz parte do acordo de colaboração premiada firmado pelo
ex-policial militar com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da
República. Moraes determinou o levantamento do sigilo do acordo de
colaboração assinado por Lessa. Nos depoimentos, o ex-PM mencionou
o deputado Chiquinho Brazão, que teria reagido de forma agressiva à
atuação da Marielle Franco em um projeto de lei na Câmara. O
objetivo do projeto era regularizar um condomínio em Jacarepaguá,
no Rio de Janeiro, sem respeitar critérios sociais.
Lessa
também apontou Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio,
como peça-chave para a execução dos homicídios a mando dos
Brazão. A Procuradoria-Geral da República acusou os irmãos de
liderarem uma organização criminosa e de terem ordenado os
assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista dela,
Anderson Gomes. Barbosa e os irmãos Brazão estão detidos desde
março e negam envolvimento nos crimes. A PF alega que Barbosa teria
garantido impunidade aos autores intelectuais dos homicídios. A
transferência de Lessa para São Paulo foi acordada entre o juízo,
o Poder Executivo paulista e a Corregedoria-Geral de Justiça do
Estado.