O
governo federal publicou nesta quarta-feira (10) uma medida
provisória que permite que, em casos de calamidade pública ou
situações de emergência ambiental, o serviço de combate a
incêndios seja realizado por aeronaves e tripulação de outras
nacionalidades.
“Com
essa mudança, nós também conseguimos agora, se for necessário,
contratar aeronaves de outros países ou receber ajuda de outros
países com pilotos que não sejam necessariamente pilotos
brasileiros”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do
Clima, Marina Silva, nesta quarta-feira após reunião da sala de
situação do Governo Federal sobre o Pantanal.
Segundo
balanço do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, as
ações de combate conseguiram extinguir 30 dos 54 incêndios
registrados até o dia 7 de julho, o que corresponde a 55% do total.
Dos 24 ainda ativos, 13 estão controlados.
Em
todo o Pantanal, há 830 profissionais envolvidos na operação de
combate ao fogo, com 15 embarcações e 15 aeronaves em três bases
de operação, em Corumbá, em Poconé e em Porto Conceição.
Italo
Ricardo é piloto e trabalha há dois anos junto ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
Ibama, auxiliando no combate a incêndios florestais. Ele já atuou
em Rondônia e agora está há 15 dias no Pantanal, onde trabalha na
locomoção de brigadistas.
“A
nossa atividade principal foi de fazer o transporte de brigadistas
até o foco dos incêndios, chegar mais perto onde é mais difícil
chegar de viatura, de barco, aeronave e ter um acesso para executar
com mais eficiência o combate aos incendios”.
O
Pantanal enfrenta a seca mais grave em 70 anos, com mais de 760 mil
hectares devastados pelas queimadas em 2024, o equivalente a seis
vezes a área da cidade do Rio de Janeiro.
Recontratação
Além
da possibilidade de contratação de pilotos estrangeiros, outra
medida provisória veio reforçar o combate aos incêndios
florestais. Publicada na terça-feira (9), a medida provisória
1.239 prevê a redução do prazo de recontratação de profissionais
que trabalham no combate a incêndios florestais, de dois anos para
três meses.
Por
lei, os profissionais contratados pelo Ibama e pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) podem atuar por
dois anos, período prorrogável por mais um ano. Antes da publicação
da MP, porém, havia um prazo de dois anos de intervalo para
recontratações, o que gerava escassez de profissionais com
experiência em campo. O novo texto permite recontratações mais
rápidas, o que beneficia diretamente Ibama e ICMBio, além de
auxiliar os próprios profissionais.
Leonardo
Souza trabalha há 14 anos no Prevfogo da Bahia. Começou como
brigadista, foi chefe de brigada e há dois anos atua como supervisor
de brigada do Prevfogo da Bahia. Ao longo desses anos, já fez
operações de prevenção e combate às queimadas em outros cinco
estados: Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e
Pará. Ele comemora a redução dos prazos de recontratação de
pessoal pelo Ibama.
“Me
deixa feliz, a gente tem família, tem pessoas que dependem da gente.
Com esse prazo dá um alívio pra gente que é brigadista e ama fazer
o que fazemos”, diz. “É sinal que está dando certo,
estamos no caminho certo”, completa.