As
compras de até US$ 50 pela internet por pessoas físicas começam a
pagar 20% de Imposto de Importação, a partir desta quinta-feira
(1º). A taxa se somará à cobrança de 17% de Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrada pelos estados
desde julho de 2023. Algumas varejistas on-line, como AliExpress e
Shopee, começaram a cobrar a tarifa no último sábado (27), mas a
legislação só estabelece o início da cobrança nesta quinta.
Em
relação ao Imposto de Importação, as compras de até US$ 50 serão
tributadas em 20%. Os produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3
mil terão taxação de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no
valor total do imposto.
Pelas
regras aduaneiras, o Imposto de Importação de 20% incidirá sobre o
valor do produto, incluídas cobranças de frete ou de seguro. Os 17%
de ICMS vão ser cobrados após somar o valor da compra e o Imposto
de Importação.
Instituída
por meio de um “jabuti” incluído pelo Congresso na lei que criou
o Programa Mover, a taxação de 20% foi adiada para 1º de agosto
pela Medida Provisória 1.236. A Receita Federal pediu o adiamento da
cobrança para dar tempo ao órgão de montar o sistema de cobrança
e definir as regulamentações e para esclarecer que a compra de
medicamentos continuará isenta.
“Do
jeito que estava o texto, poderia suscitar uma dúvida se existiria a
taxação para medicamentos que são importados por pessoas físicas.
Vai sair uma medida provisória, publicada nesta sexta, que deixa
claro que importação de medicamentos por pessoas físicas está
isento de qualquer taxação adicional. Mantém as regras de isenção
hoje”, disse Padilha.
Segundo
Padilha, a MP também estabelecerá o início da cobrança da taxa de
20% em 1º de agosto. Ele disse que esse prazo dará tempo para que a
Receita Federal faça as regulamentações necessárias e adapte os
sistemas para a cobrança.
“A
medida provisória deixa claro que a vigência é a partir de 1º de
agosto. Isso permite a organização da Receita e a própria
adaptação das plataformas para que tenha essa cobrança",
completou o ministro”, declarou o ministro das Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, após a assinatura da lei que
instituiu a taxação.
Durante
a cerimônia de assinatura da lei, o vice-presidente e ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,
também mencionou a necessidade de manter os medicamentos isentos. “O
que o presidente Lula quer é excluir os medicamentos porque há
pessoa física importando medicamentos para alguns tipos de
moléstias, de doenças. Então você exclui os medicamentos”,
afirmou.
Histórico
Desde
agosto do ano passado, as compras de até US$ 50 em sites
internacionais eram isentas de Imposto de Importação, desde que os
sites estivessem inscritos no Programa Remessa Conforme, que garante
liberação acelerada da mercadoria. As transações, no entanto,
pagavam 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), tributo arrecadado pelos estados, com as guias sendo cobradas
pelos sites ainda no exterior.
No
fim de maio, a Câmara dos Deputados aprovou a taxação federal de
20% como uma emenda à lei que criou o Programa Mover, de incentivo à
indústria automotiva. O Senado aprovou o texto no início de junho.
No último dia 22, o secretário da Receita Federal, Robinson
Barreirinhas, disse que o Fisco ainda aguarda o início da cobrança
para estimar quanto o governo deve arrecadar com a taxação das
compras no exterior. A projeção, informou Barreirinhas, será
incluída na edição de setembro do Relatório Bimestral de Receitas
e Despesas, documento divulgado a cada dois meses que orienta a
execução do Orçamento.