A
inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,38% em julho, superando
os 0,21% observados em junho e representando o maior índice para o
mês desde 2021, quando alcançou 0,96%. O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esses dados nesta
sexta-feira, destacando que a alta no preço da gasolina foi o
principal impulsionador, com um aumento de 3,15%.
O resultado de julho, que
ultrapassou a mediana das expectativas de 41 instituições
financeiras consultadas pelo portal Valor Data, prevista em 0,35%,
vem em um contexto onde o IPCA acumulado dos últimos 12 meses chegou
a 4,50%, acima dos 4,23% registrados até junho. Este valor está
acima da meta inflacionária do Conselho Monetário Nacional (CMN) de
3% para 2024, porém, ainda dentro da margem de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Entre janeiro e julho de 2024, o
IPCA registrou uma alta de 2,87%, um pouco abaixo dos 2,99% do mesmo
período de 2023. Com relação às categorias, houve um aumento nas
taxas de variação em habitação, artigos de residência,
transportes, despesas pessoais, educação e comunicação. Em
contraste, os setores de alimentação e bebidas, bem como vestuário,
apresentaram taxas negativas, enquanto saúde e cuidados pessoais
mostraram desaceleração.
O Índice de Difusão, que mede a
proporção de bens e serviços com aumento de preços, caiu para
46,9%, o menor nível desde setembro do ano anterior. Excluindo
alimentos, a abrangência das altas de preços também diminuiu,
sinalizando uma menor disseminação da inflação entre os itens
analisados pelo IPCA.
Esta dinâmica inflacionária
ocorre em um momento em que o Banco Central mantém uma meta de
inflação de 3% para os anos de 2024 a 2026, com margem de
tolerância que permite variações de até 1,5 ponto percentual. Os
próximos passos da política monetária serão cruciais para as
expectativas de inflação futuras e para a estabilidade econômica
do país.