A seca
e as queimadas
que ocorrem em boa parte do País têm causado efeitos negativos na
saúde da população. Estima-se que atendimento em decorrência da
má qualidade do ar tenham aumentado em até 60%. O dado, no entanto,
é uma projeção com base em relatos de profissionais que atuam na
ponta, já que ainda não há estatísticas oficiais sobre o tema.
“Há relatos de aumento de até 60% de atendimento, principalmente
na parte infantil. E muitos dos municípios solicitam apoio inclusive
na preparação para garantir o atendimento de emergência,
atendimento crítico, particularmente em casos de crianças, quando
existem esses episódios mais críticos de poluição do ar”, disse
a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde
do Trabalhador do Ministério da Saúde, Agnes Soares, nesta
segunda-feira(26) em uma coletiva de imprensa com outros membros do
governo federal para falar sobre as queimadas em São Paulo.
Agnes afirmou que não
existe monitoramento em tempo real do número de problemas
decorrentes das condições climáticas em Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Diante das
adversidades climáticas que atingem não só São Paulo, mas o
Centro-oeste e a Amazônia, o Ministério da Saúde recomenda que as
autoridades levem em conta o cenário climático para avaliar a
possibilidade de cancelar aulas e suspender atividades que demandem
esforço físico. “Se houver possibilidade de redução de
atividades, isso tem que ser avaliado em cada situação. É
fundamental manter a hidratação. Ela alerta que quando a fumaça
gera redução ou perda na visibilidade é um sinal de maior risco do
ar para a saúde.
Como é o caso
atualmente da umidade relativa do ar associada a um nível muito
elevado de partículas (poluentes no ar), isso prejudica o desempenho
das crianças e (gera) desconforto no geral. Nesses casos, em cada
situação teria que ser avaliado a redução de atividades ou o
fechamento de escolas”, afirma Soares. Pessoas com doenças
prévias, como hipertensão, diabetes e asma, além de crianças e
idosos, devem redobrar o cuidado, por serem mais vulneráveis à
poluição do ar. “Recomendamos que se evite exposição ao ar
livre quando ocorrem os episódios críticos”, diz Soares. Caso a
exposição seja inevitável, a indicação é que as pessoas usem
máscaras de proteção.
Desde sexta-feira, 23, São Paulo
tem enfrentado um aumento repentino no número de focos de incêndio.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que
na sexta, o Estado registrou 1,8 mil focos de incêndio, o maior
número desde 1998, quando o dado começou a ser computado. Até
o momento, três pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento
com os incêndios. O governo federal suspeita que as queimadas tenham
sido orquestradas por criminosos. Por outro lado, a gestão estadual
afirma não ver elo entre as ocorrências