Nos
últimos trinta dias, servidores de seis órgãos públicos
realizaram a libertação de 593 indivíduos que se encontravam em
condições análogas ao trabalho escravo no Brasil. Dentre os
resgatados, 18 eram crianças ou adolescentes que estavam sendo
submetidos ao trabalho infantil ilegal. As operações ocorreram em
11 estados, com destaque para Minas Gerais, que registrou 292
resgates, seguido por São Paulo com 142, Pernambuco com 91 e o
Distrito Federal com 29.
Um dos casos mais alarmantes foi
identificado em Pernambuco, onde 18 pacientes de uma clínica de
reabilitação para dependentes químicos eram forçados a trabalhar
sem qualquer registro formal de emprego. A clínica, que deveria
oferecer suporte aos internos, explorava a mão de obra dos
pacientes, revelando uma grave violação dos direitos humanos.
A Operação Resgate IV, que visa
combater o trabalho escravo e o tráfico de pessoas, é coordenada
por seis instituições, incluindo o Ministério do Trabalho e
Emprego. Em comparação ao ano anterior, o número de resgates
aumentou em 11,6%, evidenciando a necessidade de ações mais
efetivas no enfrentamento desse problema.
Entre os resgatados, uma mulher de
94 anos foi encontrada em Mato Grosso, onde trabalhou por 64 anos sem
receber qualquer remuneração. Outro caso em São Paulo envolveu uma
mulher que começou a trabalhar aos 11 anos, destacando a gravidade
da exploração que afeta tanto brasileiros quanto trabalhadores
estrangeiros em situações degradantes.
Os responsáveis por essas práticas
abusivas já foram obrigados a pagar mais de R$ 1,91 milhão em
verbas rescisórias. As autoridades continuam a buscar o cumprimento
de outras obrigações trabalhistas, uma vez que a exploração do
trabalho escravo é frequentemente motivada por vantagens econômicas
para os empregadores.