A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 1,23% em fevereiro, segundo dados
divulgados nesta terça-feira (25) pelo IBGE. Esse é o maior aumento
mensal desde abril de 2022 (1,73%) e a maior alta para um mês de
fevereiro desde 2016 (1,42%).
Com isso, a inflação acumulada no ano chega a 1,34%, enquanto no período
de 12 meses atinge 4,96%, acima dos 4,50% registrados nos 12 meses
anteriores. Apesar da forte alta, o índice ficou abaixo da expectativa
do mercado financeiro, que projetava um avanço de 1,37%.
A inflação foi puxada principalmente
pelo grupo Habitação, que subiu 4,34% e teve o maior impacto individual
no índice, com contribuição de 0,63 ponto percentual. O principal
responsável foi o aumento da energia elétrica residencial, que teve alta
de 16,33% após a retirada do bônus de Itaipu, revertendo a queda de
15,46% em janeiro.
Outro destaque foi a Educação, que
subiu 4,78% devido aos reajustes anuais das mensalidades escolares. Os
cursos regulares tiveram aumento de 5,69%, com destaque para o ensino
fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).
O grupo Alimentação e Bebidas teve
alta de 0,61%, desacelerando em relação a janeiro (1,06%). No domicílio,
os maiores aumentos vieram da cenoura (17,62%) e do café moído
(11,63%), enquanto itens como batata-inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e
frutas (-1,18%) ficaram mais baratos. Já a alimentação fora do domicílio
subiu 0,56%, com reajustes menores em refeições e lanches.
No setor de Transportes, a alta foi
de 0,44%, impactada pelo aumento dos combustíveis (1,88%), reflexo do
reajuste do ICMS e da elevação dos preços da Petrobras. O etanol (3,22%)
liderou as altas, seguido pelo diesel (2,42%) e pela gasolina (1,71%).
Além disso, as tarifas de ônibus urbanos subiram 5,20% após reajustes em
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
Com a inflação acima da meta do Banco Central, a alta nos preços pode
influenciar a política monetária e reduzir o ritmo de cortes na taxa
básica de juros (Selic), atualmente em 11,25% ao ano.