Uma
operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate a
Sonegação Fiscal de Lavagem de Bens (Gaesf), do Ministério Público
Estadual, em parceria com as secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz)
e da Segurança Pública (SSP/AL), das polícias Civil (PCAL) e
Militar (PMAL) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/AL), cumpriu
mandados judiciais de busca, apreensão e sequestro de bens contra
integrantes de uma organização criminosa (Orcrim) investigada por
esquema de sonegação fiscal em Alagoas e São Paulo.
A Orcrim interestadual atuava a
partir de alterações societárias empresariais, com a utilização
de interpostas pessoas, inclusive pessoa falecida, bem como através
da emissão de notas fiscais fraudulentas, objetivando fraudar a
fiscalização tributária e sonegar impostos estaduais, em valores
calculados em R$ 17,02 milhões em Alagoas e R$ 1,14 milhão em São
Paulo. Os 14 integrantes da organização foram denunciados no dia 30
de abril e a denúncia foi recebida no dia 10 de junho pela 17ª Vara
Criminal da Capital (Combate ao Crime Organizado). Deles, oito são
residentes em Alagoas; três, em Pernambuco; dois, em São Paulo; e
um, na Paraíba.
Atuando em conjunto com empresa
sediada no município de Escada, em Pernambuco, e no município de
Jandira, em São Paulo, uma empresa de grande porte recebeu e
utilizou-se irregularmente de cerca de R$ 82 milhões em notas
fiscais ideologicamente falsas. Uma empresa alagoana inclusive foi
vendida para uma pessoa morta um ano após seu falecimento.
O Gaesf propugna pela condenação
dos envolvidos nos crimes de Organização Criminosa, Sonegação
Fiscal, Falsificação de Documentos, Falsidade Ideológica e Lavagem
de Bens (que está em apuração), e pela condenação dos réus ao
pagamento de multa penal e reparação de dano moral coletivo num
valor aproximado de R$ 36 milhões em favor do Povo de Alagoas, além
do enquadramento na lei 12.846/13 para a responsabilização das
pessoas jurídicas.
A ação foi denominada Operação
Blindspot, termo que se traduz em “Ponto Cego”, fazendo
referência à dificuldade de controle e atuação dos órgãos de
fiscalização em relação a esse tipo de organização criminosa.