A
obesidade é um problema de saúde pública crescente e está
associada diretamente a mais de 30 doenças, como diabetes, doenças
cardiovasculares e até mesmo câncer. O Hospital Metropolitano de
Alagoas (HMA), em Maceió, traz orientações dos especialistas
Lucilene Ribeiro e Erisvaldo Cavalcante para ajudar a população a
entender os riscos e adotar hábitos mais saudáveis.
A nutricionista Lucilene Ribeiro
explica que altos índices de gordura corporal, principalmente
concentrados na região abdominal, aumentam os processos
inflamatórios no organismo, e isso favorece a doenças graves como
as cardiovasculares e certos tipos de cânceres. Segundo ela, uma
alimentação balanceada e a prática de atividades físicas são
essenciais para combater a obesidade.
A nutricionista destacou que o
emagrecimento saudável se baseia em mudanças alimentares e
comportamentais. “É fundamental incluir diariamente, na maioria
das refeições, alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais na
alimentação, como frutas, legumes e verduras, além de proteínas
magras e leite e derivados com baixo teor de gordura. Também é
importante evitar ultraprocessados ricos em açúcares e gorduras
saturadas, como, por exemplo, biscoitos, sorvetes, refrigerantes,
salgadinhos de milho e fast food”, frisou.
Mudança de hábitos e metas
realistas
A nutricionista do HMA reforçou a
importância de manter o foco. “Traçar metas realistas e buscar
apoio profissional pode fazer a diferença. A mudança de hábitos
deve ser progressiva, levando em conta a rotina, condição de saúde,
aspectos culturais e socioeconômicos. Estabelecer metas inatingíveis
pode desmotivar e comprometer o processo”, enfatizou.
De acordo com a Lucilene Ribeiro, o
nutricionista é o profissional responsável por cuidar de toda a
parte nutricional, desde a avaliação dos hábitos alimentares até
o aconselhamento nutricional individualizado, visando a adoção de
um padrão alimentar ricos em alimentos naturais e nutritivos que
auxiliam na prevenção de doenças e na promoção da saúde. “Ele
estuda os alimentos e sua utilização terapêutica, que é essencial
no tratamento da obesidade. É crucial que o paciente compreenda o
papel dos alimentos no tratamento”, ressaltou.
Ela alertou, ainda, sobre os riscos
das dietas sem acompanhamento. “Dietas da moda, sem orientação,
podem causar deficiências nutricionais e descontrole metabólico e
hormonal que podem desencadear reganho de peso. Além disso, uma
perda de peso segura é de 0,5 a 1 kg por semana, com uma restrição
energética adequada às necessidades de cada pessoa,” explicou.
Lucilene Ribeiro enfatizou também
que as dietas radicais podem alterar a percepção de sinais de fome
e saciedade, ou seja, as pessoas sentem dificuldade em perceber
quando e quanto comer, além de desregular o metabolismo e a relação
saudável com os alimentos.
A importância dos exames
periódicos
O
médico Erisvaldo Cavalcante, cirurgião geral e do aparelho
digestivo, reforçou a necessidade de realizar exames periódicos
para o monitoramento da saúde, especialmente para quem está acima
do peso. “A obesidade pode mascarar outras condições, como
hipertensão e dislipidemias, que precisam ser diagnosticadas e
tratadas o quanto antes. Exames anuais de sangue, glicemia,
colesterol e triglicérides são indispensáveis para avaliar o
impacto do peso na saúde do paciente”, pontuou.
Além disso, ele destacou que o
tratamento da obesidade deve ser multidisciplinar. “A obesidade
exige o acompanhamento de nutricionistas, médicos e outros
profissionais, para garantir um emagrecimento saudável e prevenir o
desenvolvimento de doenças associadas”, sugeriu Erisvaldo
Cavalcante.
A perda de peso sustentável, com
uma redução de 5 a 10% do peso corporal, pode trazer grandes
benefícios à saúde, como a diminuição da pressão arterial e a
melhora no controle glicêmico, reduzindo o risco cardiovascular.