A Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL) participou,
nessa terça-feira (11), de força-tarefa com órgãos do estado de São Paulo para
desarticular organização criminosa que cometia fraudes fiscais que atuam nos
setores químicos e plásticos nos dois estados. A chamada “Operação Argus”
cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal de
Maceió, nos municípios paulistas de Sorocaba, Leme, Hortolândia, Cerquilho,
Santo André, Porto Feliz e São Roque.
Além das Sefaz-AL e Sefaz-SP, participam da ação o Ministério Público do
Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à
Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), e o Ministério Público do Estado de
São Paulo (MPSP), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (Gaeco).
Vale destacar que esta ação é um desdobramento da operação Noteiras, de 2021,
na qual a Sefaz-AL identificou a provável existência de fraudes fiscais
estruturadas, confirmadas no processo investigativo conduzido pelo Gaesf.
A operação Argus visa desarticular uma organização criminosa
especializada em crimes complexos que envolveram a emissão de 3.322 notas
fiscais ideologicamente falsas, a partir de empresas de fachada sediadas em
Alagoas, as quais perfizeram montante superior a R$150 milhões em fraudes. O
trabalho de apuração investigou 30 pessoas físicas e 42 jurídicas distribuídas
por diversas unidades federativas do Brasil.
As investigações realizadas na operação Argus utilizaram uma abordagem
multidisciplinar, com a análise de documentos fiscais, cruzamento de dados e
identificação de redes de empresas que atuam em conluio para fraudar o sistema
tributário.
Os órgãos participantes da força-tarefa ajudaram a reunir evidências
robustas que vão sustentar as ações judiciais necessárias ao combate das
fraudes perpetradas. Ao todo, 120 agentes públicos participaram da operação, além
dos 45 auditores fiscais, nove delegados das Polícias Civis de Alagoas e de São
Paulo, quatro procuradores de estado alagoanos e paulistas, 54 policiais civis
e militares, dois auditores da Sefaz-AL, seis promotores de Justiça do Gaesf-AL
e do Gaeco-SP.
O secretário especial da Receita Estadual de Alagoas, Francisco Suruagy,
destaca que fraudes fiscais como as investigadas na operação Argus não apenas
impactam a arrecadação estadual, mas também distorcem a concorrência no setor
produtivo, prejudicando empresas que cumprem suas obrigações legais.
Ele ressalta que a atuação da força-tarefa vai além da responsabilização
criminal dos envolvidos, buscando também combater os efeitos negativos dessas
práticas no mercado.
“Nosso objetivo é garantir um ambiente de negócios mais justo, coibindo
a concorrência desleal e assegurando que os recursos públicos sejam devidamente
direcionados para políticas essenciais à população”, afirma.