O pedreiro Manoel Savio
Moreira Olegário, 45 anos, não imaginava que um simples momento de
organização em sua casa no Village Campestre II, em Maceió, mudaria
radicalmente seus próximos 40 dias. Ao separar ripas de madeira, sentiu
uma picada no braço – a autora: uma Loxosceles laeta, popularmente
conhecida como aranha-marrom. O veneno do aracnídeo desencadeou necrose
na região afetada e colocou sua vida em risco, mas graças ao atendimento
especializado no Hospital Geral do Estado (HGE), referência em cirurgia
vascular em Alagoas, Manoel venceu o desafio.
Inicialmente,
acreditando ter sido picado por um escorpião, Manoel procurou a UPA do
Benedito Bentes, onde recebeu medicação e orientações para cuidados em
casa. Como o quadro não melhorou, dirigiu-se ao Hospital Escola Hélvio
Auto, no Trapiche da Barra. Foi ali que descobriu a verdadeira causa da
lesão – e também duas condições prévias desconhecidas: diabetes e
hipertensão.
"Meu braço começou a
endurecer, a pele escureceu e surgiram bolhas que se rompiam, levando
pedaços da minha pele. Os exames revelaram que eu tinha diabetes e
pressão alta, o que agravou tudo. As feridas não cicatrizavam, e a
infecção ameaçava se espalhar pelo corpo", relembra o pedreiro.
Internamento
e tratamento especializadoTransferido para o HGE, Manoel encontrou a
estrutura necessária para combater o avanço da necrose: o hospital é
referência em cirurgia vascular e possui o Serviço de Assistência à Pele
e Feridas (SAPF). Durante 40 dias, ele passou por desbridamentos
(remoção de tecidos mortos), curativos avançados e até Terapia de
Pressão Negativa – técnica que acelera a cicatrização.
"Ele recebeu todo o suporte, desde o controle das
comorbidades até procedimentos especializados para salvar seu braço.
Hoje, ele deixa o hospital com o membro preservado e a vida recuperada",
explica o cirurgião vascular Bruno Veloso.
A
importância do atendimento rápidoO médico ressalta que, em casos de
picadas, lavar o local com água e sabão e aplicar compressas mornas
ajuda, mas não substitui a busca por atendimento urgente. "Identificar o
animal – mesmo que por foto – é crucial para agilizar o tratamento",
reforça.
Manoel, emocionado, faz um agradecimento
coletivo: "Essa equipe do HGE salvou meu braço e minha vida. Eu já
achava que perderia o membro, mas hoje tenho gratidão por cada
profissional – de quem limpou o chão a quem me trouxe um copo d’água."