A seleção brasileira feminina de
futebol perdeu, neste sábado (10), a decisão da medalha de ouro
para os Estados Unidos, nos Jogos Olímpicos de Paris, por 1 a 0.
Atuando no Parque dos Príncipes, a equipe do técnico Arthur Elias
teve grandes oportunidades para sair de campo com o título, mas
desperdiçou uma série de lances claros de gol e viu as
norte-americanas anotarem uma única vez para subir no lugar mais
alto do pódio. Independentemente do resultado da final olímpica, a
seleção brasileira já teria muito o que comemorar. O resultado
inesperado fortalece o futebol feminino no país e traz a motivação
necessária para a construção de um time e de uma energia positiva
para a Copa do Mundo de 2027, que terá o Brasil como sede.
É
a terceira vez que o Brasil perde para os Estados Unidos uma final
olímpica. O mesmo panorama foi visto em Atenas-2004 e Pequim-2008. A
partida na capital francesa também pode ter colocado um ponto final
da carreira de Marta junto à seleção brasileira e em torneios
olímpicos. A maior estrela do país na modalidade está com 38 anos.
Logo no primeiro minuto de jogo, Ludmila desperdiçou uma grande
chance brasileira ao ficar frente a frente com a goleira dos EUA.
Pouco tempo depois, foi a vez de Jheniffer perder o tempo da bola e
furar em lance claro na área. Os Estados Unidos passaram a ficar
mais com a bola e deixaram o Brasil preso ao campo de defesa,
tentando explorar algum contragolpe.
O Brasil foi muito superior aos
Estados Unidos ao longo do primeiro tempo. Uma imposição técnica
que já assistimos em outras finais olímpicas diante das
norte-americanas. O grande pecado foi não ir para o intervalo com ao
menos um gol de vantagem. Chances não faltaram, mas a precipitação
e a falta de um pouco mais de capricho impediam o zero de sair do
placar na capital francesa. No início da segunda parte, a seleção
brasileira mudou um pouco seu estilo, preferindo ficar mais tempo com
a posse de bola e articulando de forma mais paciente as jogadas. Essa
alteração prejudicou a fluidez do jogo brasileiro. Não demorou
para a consequência bater à porta, com os EUA usando a principal
arma do Brasil durante o primeiro tempo. Swanson arrancou em
velocidade pela esquerda, invadiu a área e marcou o gol para os
Estados Unidos, aos 11 minutos.
Com o placar adverso, Arthur Elias
promoveu alterações. Marta entrou em campo, e Ludmila, que fora a
melhor atleta na final, deixou o gramado. A ansiedade contribuiu para
o desequilíbrio entre defesa e ataque do Brasil. Os Estados Unidos
ficaram próximos de ampliar o placar. Problemas físicos foram
sentidos pelas atletas brasileiras, casos de Vitória Yaya e
Tarciane. No restante do duelo, o Brasil persistiu na luta pelo gol
de empate, sem sucesso, ficando amarrado pela estratégia
conservadora montada pelos EUA.