
O Palmeiras fez mais uma melancólica apresentação, encontrou dificuldades contra o limitado Cerro Porteño, mas deixou o Allianz Parque com vitória magra, conquistada por 1 a 0 nesta quarta-feira. O colombiano Richard Ríos fez o gol que definiu o triunfo e comemorou cobrando silêncio em direção à própria torcida palmeirense. O resultado garante o Palmeiras na liderança de seu grupo na Libertadores, o G. São seis pontos em duas partidas e 100% de aproveitamento no torneio mais importante do continente, que disputa há 10 anos de forma consecutiva e no qual busca o tetra. O Cerro, com três pontos, é o terceiro colocado. Foi torturante para os pouco mais de 20 mil palmeirenses que foram ao Allianz Parque assistir à equipe, sobretudo no primeiros minutos da etapa inicial. Viram a repetição das últimas atuações: um time travado, burocrático, pouco criativo, inócuo e aparentemente incapaz de se reinventar. Em tese, piorou o cenário depois que Raphael Veiga, com uma luxação no ombro, teve de sair.
Mas Felipe Anderson, o escolhido para substituir Veiga, mostrou muito
mais do que vinha apresentando o titular no meio de campo. Acertou
alguns passes e melhorou a qualidade do ataque. Só que seguiu mal
coletivamente o time, lento e com erros de passes em profusão. Quando a
impaciência crescia e a torcida ensaiava vaias, o gol saiu. Murilo, um
zagueiro, assumiu o papel que era de um camisa 10 e encontrou Facundo
Torres, que cruzou para Felipe Anderson. O meio-campista ajeitou para
Ríos empurrar à rede. O colombiano desabafou com um gesto pouco
inteligente em direção à torcida, que prontamente cobrou o jogador.
“Rios, presta atenção, muito respeito com a torcida do Verdão”, cantou a
organizada do Palmeiras na saída do meio-campista, que foi substituído
no segundo tempo e fez um gesto se desculpando.
O único lance criativo do estático Palmeiras no primeiro tempo
resultou no gol e deixou o time mais tranquilo, não a ponto de, porém,
conseguir controlar o jogo, que continuou perigoso porque os anfitriões
foram incapazes de aumentar o placar. A rede até voltou a balançar, com
Vitor Roque. Seria o primeiro gol do jovem atacante, o mais caro da
história do futebol brasileiro, comprado por cerca de R$ 150 milhões. Só
que a arbitragem, após mais de cinco minutos, invalidou o lance ao
enxergar impedimento milimétrica com o auxílio do VAR.
Seguiu um duelo travado, de poucas oportunidades e quase nenhuma
inspiração. Poderia ter feito mais o Palmeiras nos seus contra-ataques
se Flaco López tivesse feito escolhas melhores. O argentino perdeu dois
gols na frente de Gatito Fernández, um após linda assistência por
elevação de Estêvão. Ele até também marcou, mas de novo o árbitro anulou
o lance por impedimento. O Cerro, um time bastante frágil tecnicamente,
não encontrou forças para ao menos incomodar. A Libertadores dá uma
pausa e toda a atenção será direcionado ao Brasileirão. No sábado, às
18h30, o Palmeiras reencontra seu maior rival, o Corinthians. O dérbi
será disputado na Arena Barueri porque Gilberto Gil tocará no Allianz
Parque.