No último pronunciamento após a aprovação da Medida Provisória dos Ministérios na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), fez declarações enfatizando a necessidade do governo Lula “andar por suas próprias pernas” a partir de agora. A MP, que obteve 337 votos apoiados e 125 contrários, segue agora para o Senado.

Em uma entrevista concedida à imprensa ao deixar o Congresso, Lira, que tem criticado publicamente a articulação política do governo, afirmou que líderes de partidos independentes, que não fazem parte da base governista, reconhecem a importância de dar uma nova chance ao Planalto. No entanto, ele ressaltou que ainda está longe de se formar uma base sólida de apoio ao governo.

Lira cauteloso em suas declarações, destacando que o próximo dia será decisivo, pois é quando o Senado avaliará a medida provisória. As discussões e votações no Senado são esperadas para ocorrer em breve.

No entanto, horas após essas declarações, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra lavagem de dinheiro e fraude em licitações no estado de Alagoas, local de origem de Arthur Lira. A investigação aponta que as irregularidades ocorreram entre os anos de 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos. Esses recursos eram provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), comandado pelo Centrão, grupo político do qual Lira faz parte.

É importante ressaltar que o estado de Alagoas, sob a influência política do presidente da Câmara, tem sido um dos que mais recebeu verbas de emendas parlamentares vindas do FNDE nos últimos anos.

Essa operação da Polícia Federal lança uma sombra sobre o presidente da Câmara, pois a investigação ocorre em seu estado de origem e envolve recursos destinados à educação. Essa situação pode prejudicar a imagem de Lira e levantar questionamentos sobre sua conduta política, especialmente considerando suas críticas à articulação política do governo.