O
presidente Lula, do PT, manifesta determinação em hospedar o líder
russo Vladimir Putin no Brasil para a cúpula do G20 em novembro de
2024, mesmo com um mandado de prisão internacional emitido pelo
Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra contra Putin.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, o Brasil elaborou um parecer
jurídico, destinado à Comissão de Direito Internacional da ONU,
argumentando a favor da imunidade de Putin durante sua estadia no
país.
Este parecer não menciona
explicitamente Putin, mas aborda uma situação que se alinha à do
presidente russo. O Brasil defende que as normas que regem tribunais
internacionais como o Estatuto de Roma devem se aplicar somente aos
países signatários, protegendo assim a imunidade de líderes de
nações não participantes.
Segundo o governo brasileiro, “um
tratado não cria obrigações ou direitos para um terceiro Estado
sem o seu consentimento”, com base no artigo 34 da Convenção de
Viena sobre o Direito dos Tratados. O documento sublinha a
importância da imunidade de jurisdição para facilitar relações
amigáveis e soluções pacíficas para disputas internacionais,
criticando o uso político do TPI.
A Rússia, que se desvinculou do
Estatuto de Roma em 2016 após discordâncias com investigações do
TPI, encontra-se no centro dessa controvérsia diplomática. Lula, em
setembro de 2023, assegurou a uma emissora de TV indiana que Putin
não enfrentaria prisão no Brasil, prometendo um “ambiente
pacífico” para o líder russo. No entanto, o presidente brasileiro
posteriormente esclareceu que a decisão sobre a prisão caberia
exclusivamente à Justiça brasileira, não ao governo ou ao
parlamento, destacando a soberania do judiciário nessa matéria.