O Ministério Público Eleitoral está
pedindo a cassação do governador de Alagoas, Paulo Dantas, e de seu
vice, Ronaldo Lessa, sob acusações de abuso de poder político e
econômico. O cerne da questão envolve o “Pacto contra a Fome”,
um programa que, segundo as alegações, foi utilizado para
distribuir cestas básicas de forma a influenciar eleitores antes das
eleições de 2022. A iniciativa legal partiu do senador Rodrigo
Cunha (Podemos-AL), figura de oposição ao grupo político de Dantas
e do conhecido Renan Calheiros.
Esta solicitação de cassação,
apoiada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sugere que a
dupla em questão se valeu do programa assistencial como uma
ferramenta de campanha, lançado estrategicamente meses antes das
votações.
“O
programa assistencial foi criado e posto em prática
orçamentariamente apenas no ano eleitoral, especificamente nos três
meses antecedentes à eleição, com o aparente propósito de aliviar
a fome entre a população extremamente pobre”, expõe o procurador
eleitoral, conforme documento citado por O Antagonista.
Paulo Dantas assumiu o governo
depois que Renan Filho, filho de Renan Calheiros, renunciou para
concorrer a uma vaga no Senado, onde saiu vitorioso e atualmente
desempenha o papel de ministro dos Transportes no governo Lula (PT).
O
processo também destaca um suposto uso indevido do “Pacto contra a
Fome” para promoção pessoal das campanhas de Dantas e Renan
Filho, associando diretamente suas imagens à entrega dos benefícios
sociais. “A cerimônia de lançamento do programa, realizada em
28.06.2022, em Arapiraca/AL, contou com ampla participação popular,
oportunidade que os investigados utilizaram para promover suas
imagens e personalizar os auxílios concedidos”, acrescenta Amorim
Cadete, ressaltando uma possível busca por vantagem eleitoral
indevida.