Elon
Musk, proprietário da plataforma X (antes Twitter), decidiu
desbloquear todas as contas brasileiras afetadas por restrições
impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Musk acusou
Moraes de adotar medidas de “censura agressiva” no Brasil,
destacando a pressão enfrentada por sua empresa: “Estamos
removendo todas as restrições. Este juiz aplicou multas
substanciais, ameaçou prender nossos funcionários e bloqueou o
acesso ao X no Brasil. Como resultado, é provável que percamos
todas as receitas no Brasil e tenhamos que fechar nosso escritório
lá.”
Esta ‘gu3rra’ ganha contornos
mais complexos após as denúncias de Michael Shellenberger,
jornalista norte-americano, sobre uma “repressão significativa à
liberdade de expressão” encabeçada por Moraes. Shellenberger
trouxe a público e-mails que revelam tentativas do TSE, PF, MPSP e
do Congresso Nacional em obter dados de usuários, solicitações
estas consistentemente negadas pela X, com o argumento da não
obrigação legal em divulgar tais informações.
Dentre os perfis afetados pelas
medidas do STF, destacam-se o empresário Luciano Hang e o jornalista
Allan dos Santos, ambos envolvidos em investigações que apuram
suposta disseminação de fake news. A plataforma X, ao longo de um
período de intensa vigilância, suspendeu cerca de 48 mil contas,
escancarando o embate contínuo entre liberdade de expressão e
regulação de conteúdo digital.
A decisão de Musk de confrontar
abertamente as ações de Moraes ganhou aplausos de membros da
oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, com
parlamentares como Nikolas Ferreira e Marcel van Hattem manifestando
apoio ao movimento contra a censura. “URGENTE! Elon Musk anuncia:
vai liberar todas as contas brasileiras no X bloqueadas ilegalmente
por Alexandre de Moraes. Abaixo a censura, viva a liberdade!”,
celebrou van Hattem.
Com
repercussões que ultrapassam as fronteiras nacionais, a polêmica
destaca o desafio global de equilibrar a liberdade de expressão com
a responsabilidade digital, colocando Musk, cujo império se estende
da Tesla à SpaceX, no centro de um debate que promete não ter fim.
Em 2022, Musk já havia marcado presença no Brasil em reuniões com
Bolsonaro, com foco parcerias tecnológicas que vão além da questão
imediata, mas que agora se veem ofuscadas por um embate ideológico e
legal de grandes proporções.