O
presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse
nesta segunda-feira (8) que a regulamentação das redes sociais no
país é inevitável para que não haja discricionariedade por parte
das plataformas.
“O
que podemos contribuir para efetivação da solução desse debate
que se travou nos últimos dias é entregar marcos legislativos que
sejam inteligentes e eficientes para poder disciplinar o uso dessas
redes sociais no país”, disse o senador, em entrevista coletiva,
após manifestações do empresário Elon Musk, dono da rede X, sobre
decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de
Moraes.
Segundo
Pacheco, é preciso ter uma disciplina legal sobre o tema, inclusive
para evitar que o Poder Judiciário tenha que decidir sobre questões
relativas ao uso das redes sociais sem que haja uma lei que
discipline o assunto.
“Isso
acaba gerando controvérsias como essa que nós vimos de o Poder
Judiciário precisar agir em relação a atos antidemocráticos, a
violações de direitos, atentado à democracia e isso ser
interpretado como algum tipo de censura ou inibição da liberdade de
expressão”.
Pacheco
citou o projeto de lei sobre a regulação das plataformas digitais,
que foi aprovado em 2020 no Senado e agora tramita na Câmara dos
Deputados.
“Considero
isso fundamental, não é censura, não é limitação da liberdade
de expressão, são regras para o uso dessas plataformas digitais
para que não haja captura de mentes de forma indiscriminada e que
possa manipular desinformações, disseminar ódio, violência,
ataques a instituições. Há um papel cívico que deve ser exercido
pelas plataformas digitais de não permitir que esse ambiente seja um
ambiente de vale tudo vale tudo”.
O
ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre
Padilha, considerou “inadmissíveis” os ataques de Musk ao STF.
Ele também ressaltou a necessidade de aprovação da legislação
sobre inteligência artificial, e disse que o governo apoia a
proposta, que está sendo relatada pelo senador de oposição,
Eduardo Gomes (PL-TO).
“A
melhor resposta que o Brasil pode dar a esse que eu considero um
ataque inadmissível à Suprema Corte e à própria soberania
brasileira é a resposta político-institucional. De um lado, todo
apoio ao trabalho do Judiciário pelos instrumentos de apuração de
quem utiliza as redes sociais para atos criminosos. E ao mesmo tempo,
o debate político que o Congresso Nacional vem fazendo”
Nos
últimos dias, Elon Musk publicou uma uma série de postagens
criticando o ministro Alexandre de Moraes e o STF. No sábado (6),
ele usou o espaço para comentários do perfil do próprio ministro
no X para atacá-lo. Na noite de domingo, Moraes determinou a
inclusão de Musk entre os investigados do chamado Inquérito das
Milícias Digitais (Inq. 4.874), que apura a atuação criminosa de
grupos suspeitos de disseminar notícias falsas em redes sociais para
influenciar processos políticos. Na mesma decisão, o ministro
ordena a instauração de um “inquérito por prevenção” para
apurar as condutas de Musk.