O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (12)
que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, está
numa fase de “cobrança” e será mantido no cargo “só por
teimosia”. “Só de teimosia, o Padilha vai ficar muito tempo
nesse ministério, porque não tem ninguém melhor preparado para
lidar com a diversidade dentro do Congresso Nacional, que o
companheiro Padilha”, declarou Lula, durante uma inauguração na
sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfevea), em São Paulo.
A fala do presidente é uma
resposta às críticas que o Presidente da Câmara dos Deputados,
Arthur Lira (PP-AL), fez à Padilha, nesta quinta-feira (11). Lira
chamou Padilha de “incompetente” e declarou que o petista é seu
“desafeto pessoal” em uma entrevista em Londrina (PR). Além
disso, atribuiu a ele “notícias falsas” sobre uma suposta
derrota de Lira na votação da Câmara que manteve a prisão de
Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ter sido o mandante
do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, em março de
2018.
Hoje, o Partido dos
Trabalhadores(PT), do presidente Lula, emitiu uma nota em apoio ao
ministro Alexandre Padilha, que é responsável pela articulação
política do governo no Congresso, em que destaca sua “competência”
e critica a postura de Lira, que, segundo o partido, compromete a
“liturgia do cargo” de presidente da Câmara e prejudica a
harmonia entre os Poderes da República. “É inegável a
competência e a capacidade do ministro Alexandre Padilha, tanto no
atual governo quanto nas inúmeras oportunidades em que serviu aos
interesses do povo brasileiro. Ao atacar o ministro Alexandre
Padilha, o deputado Arthur Lira compromete a liturgia do cargo de
presidente da Câmara Federal e ofende a harmonia entre os Poderes da
República”, informa um trecho do comunicado. “O Brasil precisa
de relações republicanas saudáveis para superar o atual estágio
de beligerância provocado por atitudes que desafiam a convivência
política e social. O governo do presidente Lula, eleito com 60,3
milhões de votos, tem o compromisso de unir a sociedade para
reconstruir o país e promover o desenvolvimento”, diz outro
trecho.