O
Governo Lula anunciou nesta segunda (15) um investimento de R$ 520
milhões na primeira fase do programa “Terra da Gente”. Este
plano é descrito como uma “prateleira de terras” que inclui
áreas improdutivas e devolutas da União, destinadas à reforma
agrária. Os detalhes serão expostos em uma cerimônia no Palácio
do Planalto, em resposta direta às invasões de propriedades pelo
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em estados como
São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco, marcando o “Abril
Vermelho”.
A deputada Marina dos Santos
(PT-RJ), identificada como dirigente nacional do MST, declarou que o
movimento ocupou “24 latifúndios que nada produzem” e que estas
terras “devem ser destinadas à reforma agrária para a produção
de comida de verdade que mate a fome do nosso povo”.
Este lançamento vem como
realização de um pedido de Lula feito em 2023 após invasões a uma
fazenda da Embrapa em Pernambuco. Naquela ocasião, Lula instruiu o
Incra a preparar uma lista de propriedades que poderiam ser
destinadas à reforma agrária, a fim de evitar novas invasões.
O programa “Terra da Gente”
planeja beneficiar cerca de 295 mil famílias agricultoras até 2026,
com 73 mil famílias sendo favorecidas já em 2024. Lula assinará
decretos de adjudicação de terras, incluindo a fazenda Volta Grande
em Zórtea (SC) para 45 famílias, além de criar nove assentamentos
em diversos estados para 724 famílias.
Segundo o ministro do
Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o programa não só atende
às demandas de reforma agrária, mas também promove a inclusão
produtiva, resolve conflitos agrários e aumenta a produção de
alimentos de maneira sustentável. César Aldrighi, presidente do
Incra, enfatizou que o “Terra da Gente” é fruto de uma
cooperação entre vários órgãos e visa oferecer terras de forma
eficiente para a reforma agrária, contribuindo para a paz no campo e
o aumento da produção alimentar.