A
Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou apoio no Supremo
Tribunal Federal (STF) para que seja aceita a queixa-crime do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado André Janones
(Avante-MG). Bolsonaro alega ser vítima de calúnia e injúria nas
postagens de Janones no X, realizadas entre março e abril do ano
passado, que coincidiram com o depoimento do ex-presidente à Polícia
Federal. O inquérito investigava alegações de desvios e vendas de
presentes oficiais.
A decisão sobre o prosseguimento
da ação está nas mãos da ministra Cármen Lúcia. Em janeiro, a
magistrada seguiu uma recomendação da PGR para indagar ambos os
políticos sobre a possibilidade de um acordo por meio de uma
audiência de conciliação.
Os representantes legais de
Bolsonaro defendem que Janones cometeu calúnia ao atribuir
“falsamente o crime de homicídio” ao ex-mandatário, acusando-o
de ter “matado milhares na pandemia”. Além disso, os termos
“assassino”, “miliciano”, “ladrão de joias”,
“ladrãozinho de joias” e “bandido fujão” foram usados pelo
deputado, configurando, segundo a defesa, o crime de injúria.
O vice-procurador-geral da
República, Hindemburgo Chateaubriand, afirmou que Janones poderia
ter excedido os limites da liberdade de expressão e da imunidade
parlamentar material. “A imunidade não serve como escudo para
infrações penais”, destacou Chateaubriand, enfatizando que as
acusações parecem distantes do debate político, focando em ataques
pessoais. Diante disso, a PGR recomenda que a queixa-crime seja
aceita pelo STF.