O
governo do presidente Lula
(PT) conseguiu adiar a sessão do Congresso que estava marcada para a
noite desta quarta-feira (24) para analisar vetos presidenciais. Com
isso, evitou possíveis derrotas em diferentes projetos e ganhou mais
tempo para negociar a liberação de emendas parlamentares, que têm
sido alvo de reclamações no Congresso. O adiamento foi
confirmado pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), no início da noite. Antes disso, o presidente da Câmara,
Arthur Lira
(PP-AL), e outros líderes da Casa se mostraram favoráveis à
manutenção da sessão para analisar os vetos, mas essa posição
não prevaleceu. A previsão é que a sessão para analisar os vetos,
que abrangem desde orçamento para emendas até a questão do seguro
DPVAT, ocorra entre os dias 7 e 9 de maio.
A decisão de adiar a sessão veio
após uma série de reuniões entre membros do governo, lideranças
do Congresso e ministros palacianos, como Rui Costa (Casa Civil) e
Alexandre Padilha (Secretaria de Relações
Institucionais). Parlamentares da base do presidente admitiram
que o governo não conseguiu acertar a pauta nem fechar acordo em
torno do veto de Lula ao valor de R$ 5,6 bilhões reservados no
Orçamento deste ano para o pagamento de emendas de comissão. O
líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou
a importância do entendimento e diálogo para a relação
democrática entre os poderes Executivo e Legislativo.
Aliados do Palácio do Planalto no
Senado também demonstraram insatisfação com a articulação
política durante a discussão do projeto que recria o seguro DPVAT e
libera recursos ao governo. O projeto, que seria votado na CCJ do
Senado, foi retirado de pauta a pedido do relator e líder do governo
na Casa, Jaques Wagner (PT-BA). A expectativa era que parte do
dinheiro extra fosse usado para recompor o valor das emendas
parlamentares durante a sessão do Congresso.