O
governo de Luiz Inácio Lula da Silva finalizou nesta terça-feira
(30) a primeira etapa do empenho de emendas parlamentares, alcançando
a marca de R$ 14 bilhões liberados entre janeiro e abril de 2024.
Este valor é três vezes superior ao liberado no mesmo período em
2020 por Jair Bolsonaro (PL), durante um ano de eleições
municipais, que foi de R$ 4,18 bilhões.
As informações foram fornecidas
pela Secretaria das Relações Institucionais, sob a liderança do
ministro Alexandre Padilha. “Vamos continuar trabalhando muito,
porque até o dia 30 de junho é o nosso prazo para poder repassar
recursos para os municípios. E o governo federal vai continuar
acelerando”, declarou Padilha.
No contexto de um ano eleitoral, as
emendas parlamentares são especialmente significativas, uma vez que
permitem aos deputados e senadores direcionar recursos para suas
bases eleitorais. Essa prática intensifica-se em períodos de
votação, evidenciando a importância das emendas no jogo político.
No ano passado, o governo tinha
comprometido cerca de R$ 350 milhões em emendas até o fim de abril,
indicando um aumento substancial na liberação de recursos este ano.
Além disso, a Secretaria das Relações Institucionais destacou que
92% dos R$ 14 bilhões já comprometidos estão destinados a
iniciativas no Ministério da Saúde, ampliando potencialmente os
investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
A relação entre o governo e o
Congresso tem passado por momentos de tensão, com o Executivo
enfrentando pressões para a liberação de verbas e aprovação de
pautas controversas, como a PEC do Quinquênio para juízes e membros
do Ministério Público.
Recentemente, em resposta às
tensões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a
necessidade de respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, tanto pelo
Executivo quanto pelo Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), considerou a advertência de Haddad como
“desnecessária, para não dizer injusta”.
O empenho, que é apenas a primeira
fase do gasto governamental, representa o compromisso do governo com
determinado pagamento. O desembolso efetivo dos recursos, no entanto,
ocorre posteriormente. Um calendário foi estabelecido em acordo com
os parlamentares para o pagamento dessas emendas, que devem ser
executadas até o dia 30 de junho, conforme os limites da legislação
eleitoral.
No último ano, o Congresso
Nacional aprovou um recorde de R$ 53 bilhões para todas as
modalidades de emendas parlamentares no Orçamento, demonstrando a
magnitude dos recursos em jogo. Apesar do veto de Lula a R$ 5,6
bilhões em emendas de comissão, ainda resta um total de R$ 47,5
bilhões disponíveis para 2024 para os parlamentares destinarem a
suas bases.