O
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou
nesta terça-feira (14) que a catástrofe no Rio Grande do Sul deve
mudar a forma de lidar com os desafios da mudança do clima no país.
"As
situações vão vir e à medida que cheguem, vamos votar, como
fizemos na época da pandemia. Acho que isso vai mudar, inclusive, o
paradigma, a forma do governo federal tratar problemas climáticos,
de catástrofes que acontecerão, em outros estados, em outras
épocas. Isso deve virar um parâmetro", afirmou a jornalistas
após participar de reunião, no Palácio do Planalto, com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o vice-presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Edson Fachin, e outros ministros do governo federal.
Lira
deve compor a comitiva presidencial que retorna ao Rio Grande do Sul
nesta quarta-feira (15) para o anúncio de novas medidas de
socorro à população afetada pelas enchentes. Para isso, afirmou
que deixará a pauta legislativa organizada para votação na quarta,
após o retorno da viagem.
"Eu
penso que o anúncio amanhã vem num tom mais robusto, de
enfrentamento de algumas situações", antecipou Lira. O
presidente da Câmara avalia que os próximos meses serão
dedicados à votação de medidas de apoio à reconstrução do
estado. "Vai ser um trabalho diário, semanal, as necessidades
vão aparecendo de acordo com o andar [dos fatos]", comentou.
Uma
das expectativas é pelo anúncio de um auxílio financeiro
temporário para as pessoas afetadas pela catástrofe climática. O
valor não foi informado. O presidente Lula também deverá indicar
um representante do governo federal para atuar de forma permanente no
Rio Grande do Sul enquanto durar a calamidade pública no estado.
Arthur
Lira ainda citou a necessidade de medidas que vão além do resgate e
reconstrução do estado, para manter o funcionamento da economia.
"Hoje, eu tive a informação de que empresas do setor
automobilístico de São Paulo estão paralisando por falta de peças
que vêm do Rio Grande do Sul para compor. Então, é uma cadeia que
vai sofrendo dificuldades, o trabalho vai ser perene".