O
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) absolveu,
nesta quinta-feira (22), o governador Cláudio Castro (PL) da
acusação de abuso de poder político e econômico durante o
processo eleitoral de 2022. A decisão foi tomada por quatro votos a
três.
Votaram pela procedência da
acusação o relator, Peterson Barroso Simão, a desembargadora
Daniela Bandeira de Freitas e o presidente da Corte, Henrique Carlos
de Andrade Figueira. A divergência foi aberta por Marcello Granado e
seguida pelo juiz Gerardo Carnevale Ney da Silva e pelo jurista
Fernando Marques de Campos Cabral Filho, resultando na absolvição
de Castro.
A acusação do Ministério Público
Eleitoral (MPE) envolvia o suposto uso de cargos “secretos” do
governo para fins eleitorais em 2022. Desde dezembro do ano passado,
Castro e outros 11 réus são investigados pelo caso, incluindo o
vice Thiago Pampolha (MDB) e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar
(União Brasil). O MPE e o advogado do ex-deputado federal Marcelo
Freixo (PSB) anunciaram que vão recorrer da decisão.
Após a decisão, Cláudio Castro
usou a rede social X (antigo Twitter) para alfinetar seu
ex-adversário Marcelo Freixo: “Repito o que sempre disse ao
ex-deputado Marcelo Freixo: respeite o resultado das urnas e a
vontade do nosso povo. A democracia hoje é a grande vitoriosa”,
publicou.
Na sessão anterior, realizada na
sexta-feira, o desembargador Simão havia votado pela cassação do
mandato de Castro, argumentando que o decreto estadual 47.978, de
março de 2022, assinado pelo governador, violou o princípio da
legalidade. Simão defendeu que a medida ampliou as funções da
Ceperj, permitindo convênios com a instituição para a execução
de projetos sociais e alocação de aliados sem comunicação ao
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
Para Simão, o decreto deveria ter
sido implementado por lei, a única forma legal de prever aumento de
despesas. Ele afirmou que os cargos secretos desrespeitaram os
princípios da igualdade e do equilíbrio das eleições,
configurando abuso de poder político e econômico. O relator acusou
o governador de usar a estrutura da Ceperj e da Uerj com finalidades
eleitoreiras, favorecendo sua reeleição e desequilibrando a disputa
de 2022. Ele destacou que houve danos ao erário com o uso de mais de
R$ 400 milhões, criando uma desigualdade em relação aos demais
candidatos.