No
Senado Federal, quatro propostas estão em tramitação para
modificar o Código Penal, intensificar as penas contra detentos ou
líderes de organizações criminosas, reformar a gestão de
presídios e abolir o regime semiaberto. Todas essas iniciativas, que
incluem dois projetos de lei, um projeto de lei complementar e uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC), foram apresentadas pela
senadora Margareth Buzetti (PSD-MT).
Essas propostas estão sendo
analisadas pela Comissão de Segurança Pública ou pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. Três delas já
possuem relatores designados e aguardam inclusão nas agendas das
próximas sessões.
Uma
das medidas visa especificamente eliminar o regime semiaberto, no
qual os presos podem passar parte do dia fora da prisão para
trabalho ou estudo, retornando à cela à noite. A senadora propõe
reduzir os regimes penitenciários a apenas dois tipos: fechado e
aberto. Ela argumenta que o retorno dos detentos após supostamente
cumprirem atividades diurnas gera despesas para o Estado,
questionando o benefício social dessas saídas diurnas sem
supervisão adequada e o controle estatal das ações dos presos.
Outra proposta de Buzetti visa
delegar aos estados a competência para legislar sobre questões
específicas relacionadas a presídios e penas. A PEC propõe
transferir para os estados a responsabilidade legislativa sobre
assuntos penitenciários, retirando-a da esfera federal.
A
senadora argumenta que a centralização da competência penal e
processual penal na União contribui para o caos na segurança
pública, destacando que a gestão da segurança não é
responsabilidade direta da União, mas sim dos estados-membros.
As propostas de Buzetti refletem
uma tentativa de reformar profundamente o sistema penitenciário
brasileiro, buscando maior rigor nas penas e eficiência na gestão
prisional, enquanto descentraliza a responsabilidade legislativa para
melhor adaptar as políticas às realidades locais.