Em
um evento no interior de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva comparou o Brasil pós-impeachment de Dilma Rousseff à
Faixa de Gaza, criticando duramente os governos de Michel Temer e
Jair Bolsonaro. “O que eles fizeram com esse país foi um pouco
isso,” afirmou Lula durante a comemoração de 10 anos de um campus
da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), nesta terça-feira,
28 de julho.
Lula destacou as mortes recentes na
Faixa de Gaza, afirmando que “todo final de semana agora, este
final de semana, morreu mais 70 pessoas na Faixa de Gaza. A semana
passada, morreu mais 90. E quem é que está morrendo? É soldado?
Não. É terrorista? Não. Quem está morrendo? São mulheres e
crianças que são vítimas dos ataques, todo santo dia, de um
governo que já foi condenado pelo Tribunal Internacional”. A
declaração de Lula ecoa a narrativa do grupo Hamas, que
frequentemente acusa Israel de atacar civis indiscriminadamente.
A StandWithUs Brasil, instituição
educacional sobre Israel, refutou as declarações de Lula, afirmando
que ele “tira conclusões erradas a partir de informações
falsas”. Em nota, a organização esclareceu que Israel não atacou
“tendas” com “mulheres, idosos e crianças”, mas sim um
esconderijo do Hamas em Khan Yunis, onde se escondiam líderes do
grupo terrorista. A operação visava Mohammed Deif e Rafah Salameh,
ambos responsáveis por ataques contra civis israelenses.
Um relatório do think tank The
Washington Institute for Near East Policy indica que o número de
mortes em Gaza pode ser superior aos 30.000 divulgados pelo Hamas,
mas a maioria das vítimas seriam homens, incluindo terroristas. Este
dado contrasta com a narrativa de Lula e do Hamas, que alegam que a
maioria das vítimas são civis.
As declarações de Lula têm sido
criticadas por reproduzir a propaganda do Hamas sem evidências
claras. A StandWithUs Brasil destacou que, apesar de inevitáveis
baixas civis em conflitos armados, a responsabilidade principal é do
Hamas, que frequentemente utiliza civis como escudos humanos. Para
uma resolução pacífica, é necessário que o Hamas aceite os
cessar-fogos propostos por Israel e depõe as armas, libertando os
reféns ainda mantidos em cativeiro.