O
governo federal implementou um congelamento significativo de R$ 15
bilhões no Orçamento de 2024, afetando diretamente programas
críticos como o Farmácia Popular e o Auxílio Gás. Essa medida,
que bloqueou um total de R$ 2,2 bilhões em fundos para esses
programas, faz parte dos esforços para alcançar a meta fiscal de
déficit zero, buscando equilibrar as despesas e receitas ainda neste
ano.
O Ministério da Saúde foi o mais
afetado, com um corte de R$ 1,7 bilhão no programa Farmácia
Popular. Originalmente, o programa tinha um orçamento previsto de R$
5,2 bilhões para este ano, significando que a contenção representa
cerca de 30% do total alocado. Em julho, o governo tinha anunciado
uma expansão do Farmácia Popular para incluir medicamentos para
tratamento de colesterol alto, doença de Parkinson, glaucoma e
rinite.
No mês passado, a ampliação
visava aumentar o acesso a tratamentos essenciais, mas a recente
tesourada orçamentária levanta preocupações sobre a continuidade
desses esforços. Em termos absolutos, a Saúde sofreu o maior corte,
perdendo R$ 4,42 bilhões do total de R$ 15 bilhões congelados.
Por outro lado, o Ministério do
Desenvolvimento e Assistência Social também enfrentou cortes, com
R$ 580 milhões bloqueados do programa Auxílio Gás, essencial para
subsidiar o custo de energia para famílias de baixa renda. A pasta
comandada por Nísia Trindade, apesar dos cortes, ainda dispõe de um
orçamento robusto de cerca de R$ 46 bilhões.
Essas medidas de austeridade têm
gerado preocupações entre os beneficiários dos programas, que
dependem desses auxílios para atender a necessidades básicas.
Enquanto o governo defende os cortes são “necessários para a
saúde fiscal do país”, críticos apontam para o impacto social
que tais reduções podem acarretar, especialmente em um momento em
que muitos brasileiros ainda enfrentam desafios econômicos
pós-pandemia.