Em
petição dirigida ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), Frederick Wassef, advogado do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL), alegou que suas prerrogativas foram violadas
durante uma operação de busca e apreensão realizada em 16 de
agosto de 2023. Wassef afirma que a ação da Polícia Federal (PF)
descumpriu a ordem de Moraes de ser acompanhada por representantes da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O mandado de busca e apreensão foi
expedido em 11 de agosto de 2023 e deveria ser cumprido na presença
de advogados. No entanto, segundo a petição assinada pelo advogado
Mathaus Agacci, a busca pessoal realizada em Wassef não teve a
presença de um representante da OAB, como exigido. A operação
aconteceu na churrascaria Barbacoa, no shopping Morumbi, em São
Paulo, onde o advogado foi abordado pela PF.
A
busca pessoal, que durou cerca de quatro horas, resultou na apreensão
de quatro celulares, nos quais foram extraídas mensagens trocadas
entre Wassef e Bolsonaro. Esses dados foram utilizados no relatório
final da PF. Wassef solicita que as provas obtidas dos celulares
sejam consideradas ilícitas, argumentando que a ausência de
acompanhamento da OAB torna a obtenção de provas ilegal.
Em outro ponto, Frederick Wassef
declarou ter comprado um relógio Rolex nos Estados Unidos em 14 de
março de 2023, com a intenção de devolvê-lo à União como um
“presente ao governo brasileiro”. Ele negou que a aquisição
tenha sido feita a pedido de Bolsonaro ou do ex-ajudante de ordens,
tenente-coronel Mauro Cid, afirmando que usou recursos próprios para
a compra do relógio e que sua ação visava cumprir uma decisão do
Tribunal de Contas da União (TCU).
O
TCU havia determinado em 15 de março que Bolsonaro entregasse um kit
de joias suíças da marca Chopard em até cinco dias. O relatório
da PF indica que o relógio de luxo foi um presente dado a Bolsonaro
durante uma viagem oficial à Arábia Saudita e ao Catar em 2019.
Wassef reiterou que a compra do
relógio foi feita com dinheiro lícito e que o governo brasileiro
lhe deve R$ 300 mil, enfatizando sua intenção de que o relógio
fosse restituído ao governo.