O
Partido Novo entrou com recurso administrativo contra a decisão do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que arquivou o pedido de
investigação sobre juízes auxiliares ligados ao ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação dizia
respeito à atuação dos juízes no caso dos relatórios do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), que teriam sido encomendados via WhatsApp.
O recurso, além de contestar o
arquivamento, solicita a abertura de uma Reclamação Disciplinar
contra os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo,
Airton Vieira e Marco Antônio Martins Vargas. O Novo baseia seu
pedido em reportagens da *Folha de S. Paulo* que divulgaram áudios
supostamente comprometedores, revelando possíveis condutas
irregulares dos juízes auxiliares. Segundo o partido, esses áudios
indicam que os magistrados participaram de tratativas para manipular
investigações relacionadas aos inquéritos de fake news e aos atos
antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, envolvendo apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Partido Novo recorre da
decisão do corregedor do CNJ porque acredita que não há democracia
sem justiça imparcial. Não aceitaremos que o poder seja usado para
perseguições políticas”, declarou o deputado Marcel van Hattem
(Novo-RS). Segundo ele, as irregularidades apontadas não podem ser
“varridas para debaixo do tapete” e devem ser investigadas com
rigor.
Para o Novo, as justificativas do
arquivamento são frágeis. O partido argumenta que as mensagens
trocadas entre os desembargadores sugerem uma estratégia para
disfarçar a origem das ordens judiciais e criar relatórios sob
encomenda, visando incriminar determinadas pessoas. O partido promete
continuar pressionando para que as denúncias sejam apuradas de forma
transparente e imparcial.