Segundo o jornal O Globo, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favorável à
rejeição das ações que contestam a decisão do ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que
bloqueou a rede social X (antigo Twitter) no Brasil. O parecer foi
assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e abrange
dois pedidos: um do partido Novo e outro da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), que visavam reverter a decisão de Moraes.
Gonet argumentou que o tipo de ação
utilizado, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF), não é adequado para contestar decisões judiciais do STF.
“Nem sequer em tese é admissível a arguição de descumprimento
de preceito fundamental contra decisão judicial do Supremo Tribunal
Federal”, escreveu o procurador-geral. O parecer sugere que as
ações sejam extintas sem julgamento do mérito.
Os pedidos contestam dois pontos: o
bloqueio da rede social X, questionado pelo partido Novo, e a multa
de R$ 50 mil, questionada pela OAB, imposta a quem usar meios
tecnológicos, como VPNs, para acessar a rede social após o
bloqueio. Ambos os pedidos foram encaminhados para análise do
ministro Nunes Marques, que é o relator dos casos.
Na semana passada, Moraes
determinou o bloqueio do X no Brasil, e sua decisão foi confirmada
por unanimidade pela Primeira Turma do STF, composta por cinco
ministros. O partido Novo e a OAB recorreram ao STF para suspender
tanto o bloqueio quanto a multa.
O ministro Nunes Marques, por sua
vez, afirmou que o tema é sensível e de grande repercussão para a
ordem pública e social. Ele defendeu que o caso seja analisado pelo
plenário da Corte, mas pode tomar uma decisão monocrática antes
dessa análise. A assessoria do STF ressaltou que não há prazo
definido para a decisão final.