O ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), mencionou as eleições municipais de
2024 como um dos fatores que influenciaram a suspensão e posterior
desbloqueio da rede social X no Brasil. Na decisão proferida nesta
terça-feira, 8 de outubro, Moraes ordenou o desbloqueio imediato da
plataforma, mas destacou que a suspensão, decretada em 30 de agosto
e referendada pela Primeira Turma do STF, foi motivada pela tentativa
da empresa de evitar o cumprimento das leis brasileiras, criando um
“ambiente de terra sem lei” nas redes, especialmente em um
momento crucial para o país, com as eleições municipais se
aproximando.
Segundo o ministro, a rede social
foi utilizada por ‘grupos extremistas para divulgar massivamente
discursos antidemocráticos, nazistas, racistas e de ódio’,
especialmente no período anterior às eleições. “Foi determinada
a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da X
Brasil Internet LTDA. em território nacional até que todas as
ordens judiciais fossem cumpridas, as multas devidamente pagas e
fosse indicado um representante legal no país”, afirmou Moraes.
A decisão
monocrática de 30 de agosto, que suspendeu o X, foi tomada após a
empresa descumprir reiteradamente ordens judiciais, não pagar as
multas impostas e não apresentar um representante oficial no Brasil.
Moraes ressaltou que o ambiente digital criado pela plataforma
favorecia a instrumentalização de grupos extremistas e milícias
digitais, o que gerava um risco concreto de ampliação desses atos
antidemocráticos.
Com o cumprimento das exigências
judiciais e o pagamento das multas, Moraes determinou o desbloqueio
da rede social, mas enfatizou que a plataforma precisa continuar
cumprindo o ordenamento jurídico, especialmente em um momento
sensível como o período eleitoral.