O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode decidir sobre um recurso que reacenderia as investigações do caso da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro. A questão se soma às outras frentes jurídicas que envolvem a família do ex-presidente Jair Bolsonaro, como os supostos “planos golpistas”, desvio de joias e fraude em cartões de vacinação.
Desde maio de 2023, repousa no gabinete de Gilmar Mendes um recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A solicitação busca reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que em novembro de 2021 anulou todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, relativas ao caso. Segundo o MP-RJ, o esquema consistia na devolução de parte dos salários de servidores do gabinete de Flávio, operado por Fabrício Queiroz, e teria o senador como destinatário final.
A decisão do STJ foi embasada no reconhecimento do foro privilegiado de Flávio Bolsonaro como deputado estadual na época dos fatos, deslocando as investigações para a segunda instância. Isso implicou a anulação de provas obtidas sob ordens de Itabaiana, que conduziu o caso entre 2019 e 2020.
O recurso extraordinário busca restabelecer a validade das provas, mas permanece sem movimentação desde que foi distribuído ao gabinete do ministro Gilmar Mendes. Se aceito, pode representar um novo capítulo nas disputas jurídicas que cercam a família Bolsonaro e influenciar seu cenário político nas próximas eleições presidenciais.