O ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal
(STF), nesta quinta-feira (6), que seu julgamento pela suposta tentativa
de golpe de Estado ocorra no plenário da Corte, e não na 1ª Turma, onde
o caso atualmente tramita.
A defesa do ex-presidente argumenta
que um julgamento dessa importância, envolvendo um ex-chefe de Estado e
ex-ministros, deveria ser analisado pelo conjunto dos ministros do STF, e
não por um colegiado reduzido. “Parece ser inadmissível que um
julgamento que envolve o ex-presidente da República não ocorra no
tribunal pleno”, afirmam os advogados na petição apresentada no último
dia do prazo concedido por Alexandre de Moraes.
Apesar do pedido, a tendência é que o
caso permaneça na 1ª Turma, composta pelos ministros Alexandre de
Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
A defesa também questiona a falta
de acesso integral às provas reunidas pela Polícia Federal. Segundo os
advogados, Moraes teria liberado apenas trechos selecionados da
investigação, sem fornecer a íntegra do espelhamento dos celulares
apreendidos – incluindo o do próprio Bolsonaro.
A petição afirma que essa limitação
prejudica o direito de defesa, impossibilitando a indicação de
testemunhas e a contestação de mensagens incluídas no processo. “Toda
prova reunida na investigação deve ser compartilhada integralmente com a
defesa”, argumenta o documento.
A Procuradoria-Geral da República
(PGR) denunciou Bolsonaro e outros 33 investigados há poucas semanas,
sob a acusação de tentativa de subversão da ordem democrática. Agora, o
STF precisa decidir se aceita a denúncia e qual instância será
responsável pelo julgamento.
O
pedido de Bolsonaro para que o caso vá ao plenário ainda será
analisado, mas, até o momento, a tendência é que a 1ª Turma do STF seja
responsável pela condução do processo.