A 39ª Vara Cível de São Paulo condenou o advogado criminalista Celso
Machado Vendramini a indenizar o ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), em R$ 50 mil por danos morais. A decisão
foi tomada nesta segunda-feira (11) após o advogado afirmar, durante
uma sessão do Tribunal do Júri, que Moraes teria sido “advogado do PCC” e
responsável por “prisões ilegais” relacionadas aos atos de 8 de janeiro
de 2023.
Na sentença, a juíza destacou que as declarações de Vendramini tiveram
caráter ofensivo e que, como advogado experiente, ele tinha plena
consciência do impacto de suas palavras.
“Considerando
a gravidade das ofensas, o grau de censurabilidade da conduta ilícita, a
condição do autor de ministro do STF e presidente do TSE à época dos
fatos, bem como a condição do requerido de advogado, pessoa com distinto
e presumido conhecimento jurídico, além de ter plena consciência da
repercussão de suas palavras, entendo que o valor pretendido de R$ 50
mil mostra-se adequado e proporcional”, afirmou a magistrada.
Em sua defesa, Vendramini
argumentou que suas falas foram apenas uma estratégia retórica para
demonstrar que todo acusado tem direito a um advogado, especialmente
após o Ministério Público questionar a defesa de seus clientes.
O advogado também afirmou que suas
declarações ocorreram exclusivamente dentro da sessão do júri, sem
repercussão externa, e que a suposta ligação de Moraes com o PCC já
havia sido mencionada anteriormente na imprensa.
Apesar da condenação, ainda cabe recurso da decisão.