Mal começou o ano e o governo federal já colocou nos cofres públicos a quantia de R$ 1 trilhão em impostos, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A marca foi alcançada às 20h da sexta-feira (4), revelando a velocidade impressionante com que o Estado brasileiro recolhe dinheiro da população, mesmo em um cenário de baixo retorno em serviços públicos.

O número leva em conta uma lista generosa de tributos: IR, IPI, Cofins, IOF, FGTS, PIS/Pasep, CSLL, taxas, contribuições e afins — tudo aquilo que o brasileiro paga sem nem perceber, ou percebe quando já é tarde demais. A base usada pela ACSP vem de fontes oficiais como Receita Federal, Tesouro Nacional, Caixa, TCU e IBGE, então não dá nem pra dizer que é exagero.

Como já é tradição, São Paulo lidera a arrecadação nacional, com 37,3% do total, seguido por Rio de Janeiro (13,7%) e Minas Gerais (7%). O problema não é só o quanto se paga, mas o quanto volta em investimento, infraestrutura e serviços básicos. E se a resposta for “muito pouco”, você não está sozinho.

Com esse valor, daria pra:

• Comprar 2,4 bilhões de cestas básicas;

• Pagar dez salários mínimos por mês durante mais de 9 milhões de anos;

• Rendendo na poupança, gerar R$ 204,5 milhões de juros por dia (o que é ótimo… se você for o governo).

Em outras palavras: é dinheiro para mudar o país inteiro, mas aparentemente, ele só muda de mãos — das suas para o caixa da União.

Segundo a própria ACSP, em 2024 o brasileiro precisou trabalhar 150 dias do ano só para pagar impostos. Isso dá mais de 5 meses de esforço só pra manter a máquina pública funcionando — ou emperrada, dependendo da área. E com o ritmo de arrecadação de 2025, tudo indica que esse prazo não vai diminuir.

O Impostômetro é um lembrete prático de que o Brasil não tem um problema de arrecadação — tem um problema de gestão. Porque arrecadar R$ 1 trilhão em quatro meses é um feito. Agora, fazer esse dinheiro chegar em forma de saúde, educação, transporte digno e segurança pública… isso, sim, seria histórico.

Mas enquanto isso não acontece, o brasileiro segue como o único ser mitológico capaz de pagar impostos escandinavos e viver com serviços públicos dignos de novela distópica.

Quer saber quanto o governo já arrecadou hoje? É só olhar pro Impostômetro.
Quer saber o que ele fez com tudo isso? Bem… essa resposta ainda não entrou no sistema.